Nossa... Quanto tempo sem escrever.
Sinceramente?! Tinha até me esquecido... O nosso corre-corre, a rotina nos deixa loucos. Enfim... Voltei! E quero poder estar aqui mais vezes.
Então o texto de hoje vem nos fazer refletir sobre o uso do poder, quando o temos.
Aproveitando o espaço. Quero passar pro meu cantinho trecho de um livro que estou lendo - O Clamor das Almas, de Richard Simonetti.
O clamor das almas
Em seu primeiro dia de aula, no início do ano letivo, a professora Teresa postou-se diante dos alunos da quinta série, primeiro ciclo. Disse-lhes que os recebia com alegria e que gostava de todos por igual, sem distinção. Meras palavras, principalmente pelo fato de que na primeira fila estava sentado um garoto mal-encarado e sisudo. Desde logo observou que Ricardo não se dava bem com os colegas e que, não raro, suas roupas estavam sujas e cheiravam mal. Houve até ocasiões em que sentira prazer em dar-lhe notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos, com o que pretendera punir-lhe a displicência e afirmar sua autoridade.
***
Os professores eram orientados a ler a ficha escolar dos alunos, a fim de tomar conhecimento de seus progressos e de seu comportamento nos anos anteriores. Teresa deixou a de Ricardo engavetada. Semanas passaram-se até que se dispusesse a apreciar as anotacões de seus colegas. E leu:
Primeiro ano:
Ricardo é um menino brilhante e simpático. Seus trabalhos estão em ordem e são bem feitos. Tem bons modos. É agradável estar perto dele. Fala com carinho de sua mãe.
Segundo ano:
Ricardo é um excelente aleno e muito querido por seus colegas, mas anda preocupado com sua mãe, gravemente enferma. A vida em seu lar deve estar complicada.
Terceiro ano:
A morte da mãe foi um duro golpe para ricardo. Ele procura fazer o melhor, mas anda desavorado, sem apoio do pai. Sua vida será prejudicada se ninguém tomar providências para ajudá-lo.
Quarto ano:
Ricardo anda distraído e não se empenha nos estudos. Tem poucos amigos e, geralmente, dorme na sala de aula, revelando total desisteresse.
Era notório que o menino vinha afundando na adversidade, sem que ninguém lhe estendesse misericórdia tábua de salvação.
Teresa deu-se conta do problema.
Ficou terrivelmente envergonhada. Sentiu-se ainda pior quando recordou os presentes de Natal que os alunos lhe haviam oferecido, embrulhados num papel colorido. O de Ricardo destoava, em grosseiro saco de papel marrom, de padaria.
Abria sem entusiasmo, enquanto a garotada ria ao ver o conteúdo: uma pulseira, faltando algumas pedras, e um frasco de perfume pela metade.
Para quebrar o constrangimento, dissera-lhe, sem convicção que o presente era maravilhoso. Pusera o enfeite no braço e um pouco de essência perfumada na mão.
Naquele dia Ricardo estivera mais atento e interessado do que de costume. Lembrou-se de que o menino, timidamente, dissera-lhe que com aquele perfume ela lhe lembrava sua mãe, que o usara.
Essas recordações vieram em fortes em sua mente, como reclamos da própria consciência, enquanto lia a reveladora ficha escolar.
A sós, na sala de aula, chorou longamente, lágrimas silenciosas e doridas.
Depois disso, Teresa decidiu que mudaria sua maneira de ensinar. Passou a dar mais atenção aos alunos, especialmente Ricardo. Conversava com ele, confiava-lhe pequenas tarefas no preparo das aulas, elogiava seus acertos, corrigia, pacientemente seus erros.
Então, algo surpreendente e maravilhoso aconteceu.
O garoto começou a desabrochar! Melhorou no comportamento, na concentração, nas notas!...
E quanto mais atenção e amizade lhe oferecia, valorizando suas conquistas, mais ele se animava.
Ao terminar o ano letivo, Ricardo recebeu o certificado de melhor aluo da classe! Exprimindo gratidão, escrevera-lhe dizendo que ela fora a melhor professora que tivera em sua vida.
Notícias vinham sempre, ressaltando seus progressos nos estudos. Anos depois, ricardo informava, em correspondência carinhoz, que havia concluído o segundo grau. Tivera ecelentes professores. Mas ela continuava sendo a melhor, alguém que lhe lembrava os cuidados de sua própria mãe.
Sucesderam-se as cartas pelos anos afora, até que, certo dia, ela recebeu um convite para uma solenidade na Faculdade de Medicina.
Era de Ricardo, que a convidava para a festa de formatura como médico.
Teresa compareceu, uando a pulseira que ganhara dele e também o perfume.
Quando se encontraram ele a abraçou forte, emocionado.
- Você continua lembrando minha mãe. Obrigado por acreditar em mim, dando-me confiança. Você me fez crescer. Devo-lhe o que sou hoje.
Mas, Teresa, olhos marejados, respondeu:
- Você está enganado, Ricardo. Foi você quem me ensinou que eu podia fazer a diferença. Eu não sabia ensinar, até que o conheci. Você me ajudou a compreender que mais do que ensinar a ler, escrever, explicar matemática e outras matérias, é preciso ouvir o clamor das almas!
Sinceramente?! Tinha até me esquecido... O nosso corre-corre, a rotina nos deixa loucos. Enfim... Voltei! E quero poder estar aqui mais vezes.
Então o texto de hoje vem nos fazer refletir sobre o uso do poder, quando o temos.
Aproveitando o espaço. Quero passar pro meu cantinho trecho de um livro que estou lendo - O Clamor das Almas, de Richard Simonetti.
O clamor das almas
Em seu primeiro dia de aula, no início do ano letivo, a professora Teresa postou-se diante dos alunos da quinta série, primeiro ciclo. Disse-lhes que os recebia com alegria e que gostava de todos por igual, sem distinção. Meras palavras, principalmente pelo fato de que na primeira fila estava sentado um garoto mal-encarado e sisudo. Desde logo observou que Ricardo não se dava bem com os colegas e que, não raro, suas roupas estavam sujas e cheiravam mal. Houve até ocasiões em que sentira prazer em dar-lhe notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos, com o que pretendera punir-lhe a displicência e afirmar sua autoridade.
***
Os professores eram orientados a ler a ficha escolar dos alunos, a fim de tomar conhecimento de seus progressos e de seu comportamento nos anos anteriores. Teresa deixou a de Ricardo engavetada. Semanas passaram-se até que se dispusesse a apreciar as anotacões de seus colegas. E leu:
Primeiro ano:
Ricardo é um menino brilhante e simpático. Seus trabalhos estão em ordem e são bem feitos. Tem bons modos. É agradável estar perto dele. Fala com carinho de sua mãe.
Segundo ano:
Ricardo é um excelente aleno e muito querido por seus colegas, mas anda preocupado com sua mãe, gravemente enferma. A vida em seu lar deve estar complicada.
Terceiro ano:
A morte da mãe foi um duro golpe para ricardo. Ele procura fazer o melhor, mas anda desavorado, sem apoio do pai. Sua vida será prejudicada se ninguém tomar providências para ajudá-lo.
Quarto ano:
Ricardo anda distraído e não se empenha nos estudos. Tem poucos amigos e, geralmente, dorme na sala de aula, revelando total desisteresse.
Era notório que o menino vinha afundando na adversidade, sem que ninguém lhe estendesse misericórdia tábua de salvação.
Teresa deu-se conta do problema.
Ficou terrivelmente envergonhada. Sentiu-se ainda pior quando recordou os presentes de Natal que os alunos lhe haviam oferecido, embrulhados num papel colorido. O de Ricardo destoava, em grosseiro saco de papel marrom, de padaria.
Abria sem entusiasmo, enquanto a garotada ria ao ver o conteúdo: uma pulseira, faltando algumas pedras, e um frasco de perfume pela metade.
Para quebrar o constrangimento, dissera-lhe, sem convicção que o presente era maravilhoso. Pusera o enfeite no braço e um pouco de essência perfumada na mão.
Naquele dia Ricardo estivera mais atento e interessado do que de costume. Lembrou-se de que o menino, timidamente, dissera-lhe que com aquele perfume ela lhe lembrava sua mãe, que o usara.
Essas recordações vieram em fortes em sua mente, como reclamos da própria consciência, enquanto lia a reveladora ficha escolar.
A sós, na sala de aula, chorou longamente, lágrimas silenciosas e doridas.
Depois disso, Teresa decidiu que mudaria sua maneira de ensinar. Passou a dar mais atenção aos alunos, especialmente Ricardo. Conversava com ele, confiava-lhe pequenas tarefas no preparo das aulas, elogiava seus acertos, corrigia, pacientemente seus erros.
Então, algo surpreendente e maravilhoso aconteceu.
O garoto começou a desabrochar! Melhorou no comportamento, na concentração, nas notas!...
E quanto mais atenção e amizade lhe oferecia, valorizando suas conquistas, mais ele se animava.
Ao terminar o ano letivo, Ricardo recebeu o certificado de melhor aluo da classe! Exprimindo gratidão, escrevera-lhe dizendo que ela fora a melhor professora que tivera em sua vida.
Notícias vinham sempre, ressaltando seus progressos nos estudos. Anos depois, ricardo informava, em correspondência carinhoz, que havia concluído o segundo grau. Tivera ecelentes professores. Mas ela continuava sendo a melhor, alguém que lhe lembrava os cuidados de sua própria mãe.
Sucesderam-se as cartas pelos anos afora, até que, certo dia, ela recebeu um convite para uma solenidade na Faculdade de Medicina.
Era de Ricardo, que a convidava para a festa de formatura como médico.
Teresa compareceu, uando a pulseira que ganhara dele e também o perfume.
Quando se encontraram ele a abraçou forte, emocionado.
- Você continua lembrando minha mãe. Obrigado por acreditar em mim, dando-me confiança. Você me fez crescer. Devo-lhe o que sou hoje.
Mas, Teresa, olhos marejados, respondeu:
- Você está enganado, Ricardo. Foi você quem me ensinou que eu podia fazer a diferença. Eu não sabia ensinar, até que o conheci. Você me ajudou a compreender que mais do que ensinar a ler, escrever, explicar matemática e outras matérias, é preciso ouvir o clamor das almas!
___________________
Somos prisioneiros da inquietação.
Jesus nos oferece a chave mágica de nossa libertação, ensinando (Lucas, 6:31):
Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também a eles.
Aplicando essa regra de ouro do Cristianismo, aprendemos, com a professora Teresa, a ouvir o clamor das almas, distribuindo bençãos de auxílio ao redor de nossos passos, servindo sempre, como autênticos seguidores de Jesus.
Seremos, então, premiados com a paz, o tempero da felicidade.
Aliás, quantas Teresas e Ricardos não vemos por aí, não é verdade.
Reflitam se vocês não estão fazendo o mesmo.
Boa reflexão.
Comentários