A psicopedagogia é um campo de conhecimento que emerge da integração entre pedagogia e psicologia. Este campo de mediação também é influenciado pela psicanálise, linguística, semiótica, neuropsicologia, psicofisiologia, filosofia humanista-existencial e medicina. Existem dois ramos principais na psicopedagogia: a institucional e a clínica. A psicopedagogia institucional visa aprimorar a relação entre professores e o processo de ensino-aprendizagem, visando melhorias na instituição escolar e na resolução de problemas de aprendizagem. A psicopedagogia clínica está fortemente ligada à psicologia educacional, que possui uma aplicação prática significativa. Trabalhando no desenvolvimento de habilidades e potencialidades de cada um, possibilitando o desenvolvimento de sua autonomia e inclusão.
A psicopedagogia se distingue da psicologia escolar em três aspectos principais:
Origem: A psicologia escolar busca entender as causas do fracasso de algumas crianças no sistema escolar, enquanto a psicopedagogia foca no tratamento de dificuldades específicas de aprendizagem.
Formação: A psicologia escolar é uma especialização dentro da área de psicologia, ao passo que a psicopedagogia é acessível a profissionais de diversas áreas.
Atuação: A psicologia escolar é uma área puramente psicológica, enquanto a psicopedagogia é interdisciplinar, combinando aspectos tanto psicológicos quanto pedagógicos.
A pandemia alavancou muitos fatores sociais. E trouxe a tona, também, a psicopedagogia. E apesar da psicopedagogia existir a muito tempo, ela nunca foi para todos. Já a neuropsiopedagogia é mais recente. A gente até entende.
Naquele período tão delicado que todos vivenciamos, havia uma necessidade extrema de profissionais qualificados. Principalmente porque muita gente confunde ainda hoje os ramos da psicopedagogia. Este profissional pode atuar em vários ambientes, mas o psicopedagogo institucional não têm habilidades técnicas para clinicar, por exemplo. A não ser que se especialize.
Mas o que cabe aqui dizer é os profissionais da educação, de maneira geral, são extremamente desvalorizados, por muitos da sociedade.
E com o psico e neuropsico não é diferente. Sofremos por desejar o melhor do outro. Queremos poder pegar as famílias no colo sem poder. Não damos conta do mundo. E saber separar é muito difícil, pois queremos ajudar.
Na minha trajetória até aqui já pensei em desistir muitas vezes. E a desvalorização vem de todos os lados e formas, desde atrasos, faltas, esquecimentos a aspectos financeiros. Uma saída ao shopping num final de semana e lá fica 300,00, 400,00. E investir num acompanhamento, numa intervenção, 400,00 por mês é caro, não cabe no orçamento.
Nós, profissionais, não estamos parados no tempo. As leis educacionais mudam o tempo todo. Estamos sempre estudando, nos atualizando para fazer o melhor. Valorizar, respeitar é importante. Sem contar com detalhes de fazer parte do processo. Pelo qual muitas famílias acreditam no fato da criança fazer N terapias a família está isenta de colaborar nesse processo.
Os fatores que desanimam são muitos. Mas eu resisto. Eu ainda acredito. Sigo dando o meu melhor.
Brinco que faço com muito amor e não por amor, se não seria caridade. Mas eu SEMPRE passo dos meus limites em prol de ajudar aqueles que me chegam. Mesmo sendo desvalorizado. Mas têm horas que cansa. Tem horas que a vontade é de fazer só o que realmente me cabe e nada mais. A linha tênue da profissão. E ninguém conta.
Eu amo muito o que faço. E acredito demais no potencial que as crianças e adolescentes com deficiência tem. Mas para que dê certo pais, escolas e profissionais precisam estar juntos.
Acredito que um dia chegaremos lá. E entenderemos que investir na intervenção é como ir à academia, que quando não vamos faz falta, é quando uma roupa já não nos serve mais e compramos outra, uma novinha. É como sair para comer aquela pizza com os amigos, comprar aquele bolo caro.
E sigo refletindo o meu fazer, o meu servir...
Comentários