Fazer o bem é bom .
Quando grandes tormentas acontecem, sejam elas naturais ou não, logo nos vem o sentimento de solidariedade, os alardes na mídia... da uma vontade de ajudar, mas logo tudo isso passa.
E isso me faz refletir sobre a solidariedade. As vezes queremos ajudar Brumadinho, Mariana, a Síria, a África. Mas e aqueles que estão ao nosso lado? Não merecem ajuda? Porque não estão na mídia? Porque vc não vai ganhar nada em troca?
Muitas vezes queremos ė que as pessoas saibam a quem estamos ajudando para nosso ego se vangloriar, pra parecermos que somos pessoas muito boas.
Mas não ajudamos um familiar que tá com uma conta atrasada, um amigo que tá sem ter o que comer aquele mês, um medindo na rua com um cobertor ou agasalhos, mas queremos ajudar lá longe.
A verdadeira caridade começa dentro de casa, compreendendo a esposa e filhos, dando atenção, amor, carinho. Pois se a nossa casa interna está bem, em harmonia, estaremos aptos a fazer o bem também aos outros. E a caridade não necessariamente é material.
Vivemos um momento onde a depressão e a doença número um. E só o amor, a atenção, o carinho, em suma, o afeto pode curar essa dor. E doamos nosso tempo? E quando doamos as vezes nem precisamos falar, apenas ouvir, ou ficar em silêncio junto. Para o que outro saber que você está ali, disposto, pra e por ele. E é isso. Em alguns outros casos, o outro precisa sim de algo material, está doente e precisa de uma cama, um colchão, medicamentos.
Costumo dizer que a caridade material as vezes é mais fácil, me aperto um pouco, mas vou ali, compro e dôo e está tudo certo. Agora a caridade afetiva, moral, ética... Essa é mais difícil, não quero ouvir ninguém reclamando da vida, dos seus problemas, algo tão pequeno e a pessoa sofrendo. Já ouvi de pessoas que amava, "isso vai passar", "é só uma fase ruim", e a gente sabe, e não é isso que a gente precisa ouvir. Dá um abraço e silencia, muito melhor. Isso é caridade, solidariedade. Precisamos aprender a nos dispor para o outro. Não somos nada sozinhos. Nos constituímos uns com outros. E juntos evoluímos.
Quando temos a noção de que a vida é eterna, que as dores atuais passarão, e que tudo serve para nosso crescimento.... Nosso olhar se transforma. Vemos com mais clareza essas coisas tão efêmeras, vivemos com maior plenitude.
Não. Nós não precisamos ir tão longe pra poder ajudar. Basta olhar para o lado e veremos que podemos fazer muito. Muito pela nossa família, pelos nossos amigos, e também pelos desconhecidos. Seja material ou não, que façamos o bem.
Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; faça de coração. E não faca disso um outdoor. Senão, não será mais caridade, apenas um palco para teatralizar o papel de bXm moçX. Aí já foge do nosso foco, que é a caridade e a solidariedade.
Façamos o bem enquanto é tempo. Não precisa ser muito. Vemos tantas pessoas sem condições materiais dividindo o que tem com outros. Isso deveria nos servir de lição. Temos tanto e só pensamos em acumular mais e mais. E muitas vezes também não nos colocamos no lugar do outro, porque EU não posso ficar sem, eu quero ter um daquele, mas quero um melhor, .... Vamos SER pessoas melhores.
A vida até é eterna. Mas até quando vamos permanecer no erro? Até quando vamos prejudicar os outros por conta do nosso egocentrismo? Onde o eu e o pra mim é mais importante?
Para quem acompanhou a novela "Espelhos da vida", pode perceber o quão mal foi o vilão foi na vida passada e o tamanho do arrependimento quando, na vida futura, deve a oportunidade de ver os seus erros lá de trás. Não quero permanecer no erro. E esse desejo quero para você também.
Cada um da o que tem. E eu quero poder compartilhar desses bons sentimentos para que possamos, juntos, acordar enquanto ainda há tempo. Tempo de se reconstruir e sermos pessoas melhores.
Só um adendo. Desejar e ter coisas materiais não é um erro. Mas a forma como fazemos para conquista-los sim. Será que precisamos de tanto? Será que precisamos fazer o outro sofrer para alcançar um objetivo?
Concluo dizendo que fazer o bem é bom. E é a única maneira de nos fazer crescer moralmente, espiritualmente.
Que possamos focar no que verdadeiramente importa. Nossa transformação íntima.
Um abraço.
Até breve.
(Esse tema teve a colaboração de um amigo espiritual).
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